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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Inhambu-guaçu










Fonte: http://www.wikiaves.com/


O inhambu-guaçu (Crypturellus obsoletus) é um tinamídeo florestal que habita a floresta atlântica no Brasil, em praticamente todos os níveis de altitude, sendo sua presença mais marcante acima dos 400 m. Na América do Sul ocorrem algumas subespécies. Ocorre nos estados brasileiros da Bahia (extremo sul) ao Rio Grande do Sul. Também chamado de inhambu-açu. Seu nome significa: do (grego) kruptus = escondido, oculto; e oura = cauda; crypturellus = diminutivo de crypturus; e do (latim) obsoletus = comum, liso. ⇒ Pequeno Crypturus liso ou pequena (ave) comum com cauda escondida.

  Características

Mede entre 28 e 32 cm. As fêmeas em geral são um pouco maiores e apresentam coloração de tonalidade mais avermelhada. Possui vocalização em escala ascendente fortíssima, sendo a vocalização da fêmea mais longa que a do macho. Emitem também distintos piados de advertência e socialização. Comumente, durante a vocalização da fêmea, os machos intercalam piados ao canto. A raça geográfica Crypturellus obsoletus griseiventris, também chamado de inhambu-poca-taquara, ocorre no Brasil na região Amazônica; apresentando algumas diferenças quanto à coloração geral da plumagem; notadamente o ventre e cabeça mais acinzentados e bico pouco mais longo. Mas de vocalização diferenciada e mais curta, lembrando vagamente a da espécie C. obsoletus obsoletus, do Sudeste e Sul do Brasil. Segundo relatos de caboclos amazônicos, o “poca-taquara” é pouco arredio com a presença humana. Na Amazônia também ocorre outra raça geográfica, o Crypturellus obsoletus hypochracea.

  Alimentação

Alimenta-se de sementes das famílias Poaceae, Lauraceae, Euphorbiaceae e Rutaceae. Provavelmente também consome insetos regularmente. Já foi observado seguindo exércitos de formigas e bicando-as de vez em quando.

  Reprodução

No Brasil, se reproduz em agosto e setembro, com fêmeas em condições reprodutivas ainda em novembro; provavelmente esse período se estende até dezembro. Os ovos são postos no solo. O ninho, bem simples, é apenas um buraco coberto por folhas secas, sob uma folhagem, ao lado de um tronco ou raiz tabular. Bota entre 2 e 4 ovos, que são rosa-púrpuros ou marrom-achocolatados. Suas dimensões são de 50 x 35 mm. O macho incuba os ovos num período médio de 19 dias, e cria os filhotes. Ao sair do ninho, oculta os ovos com folhas secas. Observar filhotes com uma fêmea adulta representa a perda destes do pai, já que a fêmea não os cria.

  Hábitos

Vive solitário ou aos pares. É uma ave arredia e pouco vista. Forrageia no solo, remexendo as folhas da serrapilheira e bicando suas presas, quando as encontra. É encontrado na mata primária nos trechos de vegetação densa e sub-bosque, e em matas secundárias. Dada à grande redução das áreas da Mata Atlântica primária, substituída por florestas secundárias e plantações de Pinus e Eucalyptus (contendo sub-bosques da mata nativa), o inhambuguaçu apresentou um grande crescimento populacional nas últimas décadas, dada à maior oferta de habitat favorável. Em detrimento por sua vez de outro tinamídeo, como o macuco (Tinamus solitarius), o qual ocorre exclusivamente na Mata Atlântica primária. Nas áreas de ocorrência do jaó-do-litoral (Crypturellus n. noctivagus), a redução das populações desse outro tinamideo da Mata Atlântica, também está relacionada à redução das florestas primárias. Marcos Massarioli 2009/02/20 23:47

  Distribuição Geográfica

Possui distribuição disjunta nas Américas e é dividido em nove subespécies: a forma nominal é endêmica dos domínios da Floresta Atlântica e ocorre no Brasil, desde o sul da Bahia ao Rio Grande do Sul; em Misiones, extremo nordeste da Argentina e leste do Paraguai. No norte da Venezuela ocorre C. o. cerviniventris e no nordeste deste mesmo país ocorre C. o. knoxi. No Peru central, de Huánuco a Cuzco, ocorre C. o. ochraceiventris. No extremo sudeste do Peru e norte da Bolívia ocorre C. o. punensis. Na região norte do Brasil, na região de Santarém ao longo do Rio Tapajós ocorre C. o. griseiventris e na região do Alto Rio Madeira na Rondônia ocorre C. o. hypochraceus. No leste da Colômbia e leste do Equador ao norte do peru ocorre C. o. castaneus e por fim, no sudeste do Peru, no Vale Marcapata de Cuzco, ocorre C. o. traylori.

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