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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Gavião-de-cauda-curta










Fonte:http://www.wikiaves.com.br

O gavião-de-cauda-curta é um accipitriforme da família Accipitridae. Os nomes populares da espécie em português, inglês e espanhol traduzem literalmente o significado do nome científico. A denominação brachyurus significa cauda curta; “brachy” (latim) é curto, achatado, enquanto que “uros” é cauda. Entretanto, esta espécie não tem a cauda significativamente menor em relação ao corpo, comparada com outras de seu gênero, e esta característica pouco ajuda na sua identificação em campo.

  Características

Mede cerca de 35 a 45 centímetros de comprimento, sendo as fêmeas maiores que os machos. O morfo claro tem as partes superiores e lados da cabeça pretos no adulto e pardos no imaturo, partes inferiores branco-puras; na plumagem de imaturos morfo claro, as partes inferiores são bem amareladas. O morfo escuro tem plumagem escura, quase negra, com as secundárias mais escuras do que as primárias. Devido a essa característica, tem silhueta muito semelhante à do urubu-de-cabeca-preta (Coragyps atratus) em voo. Na subespécie fuliginosus, imaturos morfo escuro apresentam considerável variação na plumagem, que tanto pode ser sarapintada de branco, quanto completamente escura como nos adultos. Não é possível afirmar se o mesmo acontece com a subespécie sulamericana; um estudo em andamento em São Paulo (Monsalvo, dados não-publicados) monitorou um imaturo de coloração escura uniforme – tipo considerado raro na América do Norte O padrão e quantidade de barras na cauda também é variável nas aves da Flórida - EUA, especialmente em imaturos, e existem evidências que o mesmo possa ocorrer no Brasil. Além disso, os imaturos podem apresentar a cauda um pouco mais longa que a dos adultos.

  Alimentação

 Embora estudos mais antigos mencionem uma dieta variada de reptéis, invertebrados, anfíbios e roedores, dados obtidos posteriormente confirmaram que a espécie é um predador especializado em aves, mostrando adaptações tanto morfológicas quanto comportamentais para sua captura. Normalmente capturam pequenas aves dando voos rasantes na copa das árvores. Em florestas tropicais, entretanto, podem ter uma dieta um pouco mais diversificada, devido à maior disponibilidade de presas. Reprodução Há exibições aéreas do macho, acompanhadas de vocalizações. Nidificam no topo de árvores de 12 a 30 metros de altura. Os ovos são geralmente manchados, de cor muito variável. O período de incubação é de 32 a 39 dias. Embora haja freqüentemente dois ovos, muitas vezes desenvolve-se apenas um filhote. Ainda não se sabe precisamente quanto tempo os filhotes permanecem no ninho, mas o período gira em torno de 5 semanas. Em São Paulo-SP vêm sendo acompanhados se reproduzindo em um parque urbano desde 2008 (Monsalvo, 2010). Esse fato, até então inédito, denota uma grande capacidade de adaptação dessa espécie à atividade humana. A partir da segunda semana de voo, o filhote recebia a presa em pleno ar. O pai (único responsável pela alimentação da família) parava no ar, vocalizando e mantendo a posição apenas com sutis movimentos das asas e cauda, com a presa nas garras. Quando o filhote se aproximava voando por baixo, o pai soltava a presa e o filhote a agarrava durante a queda. O filhote foi alimentado pelo menos até os 3 meses de idade, e só abandonou a área do ninho com 4 meses (Monsalvo, 2010). Aparentemente os filhotes ainda permanecem no território dos pais pelo menos até os 6 meses de idade, tornando-se adultos apenas com 2 ou 3 anos.

  Hábitos

Habita campos com árvores, áreas florestadas permeadas de vegetação aberta e áreas urbanas. Normalmente é encontrado sozinho, ocasionalmente aos pares. Tende a passar despercebido devido ao fato de passar a maior parte do dia planando a grande altitude. Diversos estudos tem demonstrado que esta espécie parece ser mais comum do que se supunha. Há ainda indícios que suas populações estejam aumentando devido à sua adaptabilidade a alterações antrópicas. Em muitas regiões onde foram melhor estudados - na Argentina, nos EUA e no Brasil - o morfo escuro mostrou ser a forma mais comum. Paralelamente, observações de Meyer (2004) e Monsalvo (2010) sugerem que esta forma seria geneticamente dominante ao morfo claro. Essa possível predominância do morfo escuro poderia ser outra causa desta espécie passar despercebida, já que esses indivíduos facilmente são confundidos com um urubu-de-cabeca-preta (Coragyps atratus), com o qual costumam compartilhar as térmicas.

  Distribuição Geográfica

 Desde o sul dos Estados Unidos (Flórida) e México até a Argentina e Paraguai, e em todo o Brasil.

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